A PANC da vez é considerada uma espécie-chave da Mata Atlântica, ou seja, é fundamental para a manutenção da vida de diversos animais que compõe a fauna silvestre local. Estamos falando da Juçara, uma palmeira elegante, bela e que está ameaçada de extinção.
A juçara (Euterpe edulis), também conhecida por palmito-jussara, açaí-do-sul, ensarova, içara, inçara, iuçara, jaçara, jiçara, palmeira-juçara, palmeiro-doce, palmiteira, palmiteiro-doce, palmito, palmito-branco, palmito-da-mata, palmito-doce, palmito-vermelho, ripa e ripeira, é uma palmeira nativa da Mata Atlântica, ocorrendo da Bahia ao Rio Grande do Sul em regiões com altitudes entre 700 e 900 metros.
Pertencente à família botânica Arecaceae, é uma palmeira de porte médio para grande, podendo atingir entre 8 e 15 metros de altura. Possui tronco fino e alto, com 15 centímetros de diâmetro. Entre o tronco e a copa, há uma seção de cor verde, mais grossa que o tronco, recoberta pelas bainhas das folhas. É de dentro desta parte que se extrai o palmito, que nada mais é do que as novas folhas que estão em formação. Sua floração é branca e em cacho, e ocorre entre setembro e dezembro. Quando maduros, os frutos são negros, em geral amadurecem entre abril e julho, e muito atrativos para a fauna silvestre. A semente, única, é envolta por polpa fibrosa comestível, embora “in natura” não tenha um sabor muito agradável. É considerada uma espécie de grande importância para a Floresta Atlântica devido à suas características ecológicas. Sua semente e frutos alimentam diversos animais, como tucanos, sabiás, periquitos, maritacas, jacus, tatus e capivaras, entre outros. Por frutificar no inverno, período em que a maioria das outras árvores está sob estresse hídrico devido ao período seco, torna-se fundamental para a manutenção da vida desses animais.
Seus frutos possuem uma fina camada de polpa comestível, de onde é possível extrair (após processamento) uma polpa denominada açaí-da-Mata Atlântica, semelhante ao açaí da Amazônia. Seu palmito é muito conhecido por sua excelente qualidade, porém é preciso derrubar a árvore para retirá-lo. A exploração sem planejamento colocou a espécie em risco e hoje ela é ameaçada de extinção, por isso, há alguns anos, ONGs e comunidades tradicionais têm divulgado e incentivado o uso da polpa dos frutos da juçara. Além de suas características PANC, o estipe maduro pode ser utilizado para a fabricação de caibros e ripas para construção, e as folhas para coberturas temporárias e forrageio.
Os benefícios do consumo incluem:
• Efeito antienvelhecimento e anti-inflamatório;
• Rico em antocianinas, substâncias protetoras do coração e do cérebro;
• Possui gordura monoinsaturada, que traz benefícios para o sistema cardiovascular e também previne doenças do coração;
• É um antioxidante natural devido à sua grande concentração de polifenóis, substâncias que aumentam o fluxo sanguíneo do coração, deixando esse músculo mais forte e saudável;
• Facilita o ciclo menstrual das mulheres por ser rico em cálcio, o que previne as sensações desagradáveis do período, como inchaço e câimbras;
• Fonte de vitamina C e betacaroteno, proporcionando saúde para os olhos;
• Fornece energia e dá pique para atividades físicas. Também possui ferro, que atua no fortalecimento muscular e na prevenção de anemia;
• Rico em fibras, o que combate a prisão de ventre e proporciona saciedade.
É uma palmeira elegante e bela, ainda pouco explorada no paisagismo. Não exige muito espaço e é um atrativo especial para passarinhos no jardim. Também é uma árvore de eleição para recuperação de matas ciliares e outras áreas de reflorestamento da Mata Atlântica que já estejam povoadas com espécies pioneiras. Na germinação, deve-se ter atenção para o armazenamento das sementes, que são recalcitrantes, ou seja, diminuem sua taxa de germinação após o secamento.
Nome Científico:
Euterpe edulis
Nome Popular:
Palmito-jussara, açaí-do-sul, ensarova, içara, inçara, iuçara, jaçara, jiçara, palmeira-juçara, palmeiro-doce, palmiteira, palmiteiro-doce, palmito, palmito-branco, palmito-da-mata, palmito-doce, palmito-vermelho, ripa e ripeira
Partes utilizadas:
Frutos, palmito
Tapioca de açaí de juçara
Em uma bacia, coloque o polvilho azedo (300g), a polpa de açaí de juçara (4 colheres de sopa) e o sal (1/2 colher de chá). Adicione a água (200mL), aos poucos, umedecendo o polvilho e mexendo com as mãos. Quando o polvilho já estiver umedecido de maneira homogênea, peneira toda a massa para deixá-la mais fina. Coloque uma frigideira no fogo e, quando estiver bem quente, coloque em torno de 2 a 3 colheres de sopa cheias de massa, espalhe e pressione até que fique no formato de uma panqueca. Quando estiver firme, vire a tapioca. Adicione o recheio de sua preferência e bom apetite!
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