“Ei, você já comeu uma fruta chamada gabiroba?” Fazendo essa pergunta para algumas pessoas é comum receber como resposta: “Nunca ouvi falar!”. Claro, o motivo do pouco conhecimento desta planta vem do fato de que não é comum o consumo e comercialização do fruto da gabiroba, principalmente na região Nordeste. Desse modo, a gabiroba se junta ao universo das PANC, vamos conhecer mais sobre ela?
A Gabiroba (Campomanesia xanthocarpa) também é conhecida como guabiroba, guabiroba-da-mata, guabirova, guavirova, gavirova, araçá-congonha ou gabiraba. Pertence à família das Myrtaceae, assim como o araçá-boi e goiaba. Seu nome tem origem indígena e significa “casca amarga” e como ocorre na maioria das espécies da família (Myrtaceae), a casca do tronco vai se desgrudando e deixando grandes manchas mais clara por toda sua extensão.
É uma planta originária do Brasil, mas não endêmica, encontrada nos biomas Mata Atlântica e Cerrado, principalmente nas regiões sudeste e centro-oeste. Com dispersão pela América do Sul sendo muito encontrada na Argentina e Uruguai. São árvores medianas, podendo atingir de 10 a 20m de altura, de copa densa e alongada, tronco ereto e casca fissurada de cor marrom. As folhas verde-escuras exalam aroma característico quando macerados. Suas flores são pequenas, com coloração creme-esbranquiçada e possui floração abundante nos meses de setembro a novembro com sua frutificação nos meses de novembro e dezembro.
O fruto é pequeno, entre 1,5 a 4cm, arredondado e de coloração verde-amarelado, apresenta polpa carnosa contendo muitas sementes, de aroma e sabor próprio, entre adocicado e apimentado. O fruto contém grande concentração de vitamina C, superior a concentração de vitamina C encontrada na acerola, também destacam-se a presença de maiores concentrações de cálcio e potássio, seguindo de ferro, sódio e zinco. Também foram descrito a presença de manganês, magnésio, carotenóides, fósforo e fibras alimentares. Apesar de sua rica composição nutricional, a gabiroba não é explorada comercialmente e possui uma baixa competitividade no mercado com outras espécies mais populares, com isso, os estudos sobre o fruto são limitados e acabam não ganhando força para propagar sua comercialização, de modo que seu consumo se restringe a localidade encontrada.
As partes mais utilizadas da gabirobeira, são os frutos, folhas, casca e madeira. O fruto pode ser consumido in natura, no preparo de sucos, doces, sorvetes, pudins e ainda servir de matéria-prima para saborosos licores. Além disso, o Folhas e casca são usados para o preparo de chás, sendo benéficos, segundo conhecimento popular, para tratamento antidiarreica, adstringente e combate os males do trato urinário. Além disso, as folhas podem ser utilizadas como um relaxante muscular por meio de banhos e imersão. É importante salientar que para o uso de medicamentos fitoterápicos deve haver uma orientação médica. Sua madeira, possui um aspecto duro, resistente, textura média e de boa durabilidade natural, sendo comumente utilizada na produção de tabuado em geral, instrumentos musicais e cabos de ferramentas.
O consumo de gabiroba pode trazer importantes benefícios à saúde, como ação antioxidante combatendo radicais livres, controle dos níveis de colesterol, triglicerídeos e glicose no sangue, combate anemia e fraqueza, fortalecimento imunológico, auxilio na formação de colágeno, artérias, ossos, pele, cabelo, unhas, dentes e cartilagens, dentre outros benefícios. A gabiroba é um valioso complemento nutricional a nossa alimentação e uma excelente matéria prima para elaboração de diferentes produtos.
BARTH, Daiana; PROCHNOW, Miriam Apremavi. Guabiroba, um gostinho inconfundível.
Blog Enzo Rocha. 7 Receitas com gabiroba para preparar pratos variados e se surpreender.
Campomanesia xanthocarpa O.Berg in GBIF Secretariat (2019). GBIF Backbone Taxonomy. Checklist dataset https://doi.org/10.15468/39omei accessed via GBIF.org on 2020-10-02.
GRANDO, Remili Cristiani. Caracterização química de diferentes partes da fruta de gabiroba (Campomanesia xanthocarpa Berg) e viabilidade de utilização em produtos alimentícios. 2015. Trabalho de Conclusão de Curso - Universidade Federal da Fronteira do Sul - Campus Laranjeiras do Sul-PR.
LORENZI, H. Eugenia uniflora L. In: LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Volume 1. Nova Odessa: Plantarum, 1992. p. 257.
Valor Nutricional da Guabiroba. EMBRAPA. 2015.
Alef Reis de Araújo e Thiago Santos de Almeida
Profª. Drª. Vanessa Pamponét e Profª. Drª. Cinira Farias
Nome Científico:
Campomanesia xanthocarpa
Nome Popular:
Guabiroba, guabiroba-da-mata, guabirova, guavirova, gavirova, araçá-congonha ou gabiraba
Partes utilizadas:
Polpa dos frutos.
Sorvete de gabiroba
Você precisará de 1 lata de leite condensado, 1 caixinha de creme de leite, 1 lata de suco da gabiroba, ½ lata de creme de leite e água. Esprema as frutas e coloque a polpa no liquidificador, adicione um pouco de água e bata até homogeneizar, após isso, coe o suco; Usando o liquidificador novamente, adicione o suco, leite condensado, creme de leite e bata, reserve; Use uma batedeira para fazer com que o creme de leite vire chantilly; Em seguida, misture o chantilly com o creme do liquidificador e coloque em um pote; Deixe no congelador por cerca de 6 horas e sirva.
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Alef Reis de Araújo: Graduando em Engenharia de Alimentos pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano, campus Uruçuca. Participação no projeto de extensão PANC: Alimente-se de forma saudável e Sustentável do IFBAIANO, campus Uruçuca
Currículo LattesTiago Santos De Almeida: Graduando em Engenharia de Alimentos pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano, campus Uruçuca. Participação no projeto de extensão PANC: Alimente-se de forma saudável e Sustentável do IFBAIANO, campus Uruçuca.
Currículo Lattes