Felizmente, as pessoas têm buscado comer melhor, alimentos frescos, naturais, saudáveis. Vemos que uma parte das pessoas já afirma comer orgânicos, ou ao menos priorizá-los na alimentação. Em 2017, o mercado global de orgânicos movimentou US$ 97 bilhões! Já o mercado brasileiro faturou 20% a mais em 2018 que em 2017, atingindo a cifra impressionante de R$ 4 bilhões!
Contudo, sabe quais são esses orgânicos? Alface e tomate! Em seguida, temos rúcula, banana, maçã e brócolis e legumes em geral.
Dito isso, convidamos você leitor, preocupado com o que consome, a fazer conosco duas reflexões:
Em primeiro lugar, que a diversidade de alimentos que as pessoas consomem, é extremamente limitada.
Em segundo lugar, o fato de que os orgânicos mais consumidos são alimentos frescos, mas na verdade, alimentos frescos são a menor parte do que comemos ao longo do dia. Nossa alimentação é rica em grãos e outros vegetais que são produzidos em maior escala, em lugares especializados, geralmente voltados para industrialização e exportação. Esses grãos e vegetais vêm embalados, enlatados e, na maioria das vezes, passam por algum tipo de processamento, ainda que básico. Como esses alimentos são, em maioria, provindos de sistemas convencionais, é raro encontrá-los livres de insumos.
Por isso quando visitamos os mercados de alimentos saudáveis, ou vamos em busca dessas prateleiras nas grandes redes que frequentamos, nos deparamos com produtos de alto valor, e consequentemente, pouco acessíveis para a sociedade como um todo. Segundo as pesquisas realizadas pelo Organis, os preços inacessíveis são a principal barreira ao consumo de orgânicos. Nenhuma surpresa, né? Atualmente, apenas 15% dos brasileiros afirma consumir orgânicos. Desses, 67% diz comer orgânicos 1 ou 2 vezes no mês, e apenas 11% consome orgânicos mais de uma vez por semana. Ou seja… muito pouco, minha gente!!!
Segundo o IBGE, o Rio Grande do Sul responde por cerca de 8,3 milhões das 11,7 milhões de toneladas de arroz produzidas no Brasil no último ciclo de produção. Esse Estado é também o maior produtor de arroz orgânico da América Latina. O custo de produção do arroz orgânico é a metade do custo do cultivo com uso de agroquímicos! Ainda assim, apenas 0,35% do arroz produzido lá, é orgânico!
Enquanto uma parcela generosa desses alimentos massivamente consumidos, como o arroz, o feijão e o café, não for composta por orgânicos, podemos mesmo dizer que consumimos orgânicos? Em que ponto nos encontramos na tão sonhada revolução alimentar?
Sabe quais são os orgânicos mais utilizados pelos consumidores?
Verduras: 63%
Legumes: 25%
Frutas: 25%
Cereais: 12%