Uma das motivações do Movimento Mato no Prato é o resgate de heranças produtivas e culinárias dos nossos ancestrais. Possuímos uma gigantesca uma grande biodiversidade, com milhares de espécies vegetais alimentícias muito ricas e nutritivas, mas utilizamos apenas cerca de 30 espécies, as quais suprem 95% das nossas necessidades alimentares - a maioria, cultivadas.
Um dos principais motivos para essa lamentável perda de biodiversidade alimentar, é o sistema de produção, voltado para a indústria e a exportação, que beneficia poucas espécies, plantadas em imensas porções de terra, substituindo a biodiversidade natural.
Contudo, há quem de fato cultive as tradições e utilize uma variedade muito maior de plantas em sua alimentação. Hoje, no dia 09 de agosto, Dia Mundial dos Povos Indígenas, prestaremos nossa homenagem aos nativos brasileiros, que são quem mais entende das plantas dessa terra, falando um pouquinho sobre 3 plantas alimentícias consideradas PANC, mas muito utilizada pelos povos tradicionais.
ARIÁ
Cultivada como cultura de subsistência por tribos indígenas e populações ribeirinhas da Amazônia. Os tubérculos são consumidos cozidos como a batata, em saladas e maioneses, com peixe e no café da manhã, substituindo o pão, feita farinha de seus tubérculos secos. A inflorescência compõe saladas. Possui composição nutricional comparada à batata, porém, com qualidade proteica superior. Com exuberante folhagem, também, é utilizada como planta ornamental.
ARARUTA
Fonte de reserva energética para tribos indígenas de era pré-colombiana, ainda encontrada nativa nas matas, possui um amido especial de alta digestibilidade, utilizado para fortificar parturientes, purificar o sangue e tratar diarreias em crianças. A ausência de glúten a torna recomendável para pessoas celíacas. Contém potássio, ferro, vitaminas A, B1, B2, C e niacina.
MANGARITO
Planta nativa, ‘iguaria’ indígena, consumiam os pequenos rizomas cozidos em ensopados. Reserva de carboidratos, fonte de vitaminas A, B1, B2, C e niacina. Cozido no vapor ou assados no fogão a lenha e recoberto de melado no café da manhã. Atualmente, é mais consumido e comercializado em cidades de Minas Gerais.
E você, conhece alguma dessas?
Nome Científico:
Calathea allouia
Nomes Populares:
Ariá, variá, batata de índio
Cultivo:
Planta de clima tropical úmido requer altas temperaturas
e umidade durante o seu cultivo. Planta-se no inicio da época
chuvosa. Propagada com rizomas e brotos que nascem da base do
caule, diretamente em solos areno-argilosos adubados com 2 a 4
litros de composto/m2, espaçados 1,0 x 0,50 m. A colheita é feita
de 8 a 12 meses após plantio.
Nome Científico:
Maranta arundinacea
Nomes Populares:
Araruta comum, aruak
Cultivo:
Planta tropical prefere locais quentes e úmidos, sendo
plantada a partir dos rizomas, que devem ser armazenados em
ambiente ventilado até o início da brotação. Plantio direto em solo
de textura leve, adubados com 2 a 4 litros de composto/m2
espaçados 1,0 x 0,80 m. Colheita de 180 a 210 dias após o plantio
quando as folhas amarelecem e os ramos começam a secar.
Nome Científico:
Xanthosoma riedelianum
Nomes Populares:
Mangará, taioba portuguesa, mangarito e tayaó
(Guarani)
Cultivo:
Na primavera-verão em locais de altitude elevada e o ano
todo em baixadas úmidas. Propaga-se diretamente em canteiros
por rizomas pequenos não consumidos, espaçados 0,50 x 0,30 m,
adubados com 2 a 4 litros de composto/m2
Fonte: APTA - Polo Regional Vale do Paraíba