Nossa PANC da vez é considerada uma erva daninha das mais difíceis de se eliminar em muitas lavouras, mas aqui seguimos outra linha: se não pode combatê-la, que tal comê-la? Te apresentamos a trapoeraba!
A trapoeraba (Commelina sp) é uma herbácea florífera originária dos trópicos, mas que possui grande capacidade de adaptação, sendo hoje encontrada em climas subtropicais e temperados. No Brasil, pode ser encontrada em várias regiões, e seus nomes populares incluem tracoeraba, trapoerava, olho-de-santa-luzia, andaca e santa-luzia.
Pertencente à família botânica Commelinaceae, é uma planta de ciclo anual e atinge até 40 cm de altura. Apresenta folhas lanceoladas ou lineares, verdes, macias e de margens arroxeadas, onduladas e com cílios brancos. As hastes são eretas a ascendentes e facilmente enraízam quando os nós tocam o solo. As flores apresentam duas pétalas azuis grandes e vistosas, e uma terceira pequena e discreta. É considerada uma erva daninha das mais difíceis de se eliminar em muitos tipos de lavouras e, pensando nas suas características peculiares, parece até que possui super poderes. É uma planta ruderal – cresce e se propaga rapidamente, se multiplica facilmente e pode ser cultivada em qualquer lugar. Além disso, possui bainhas para proteger os brotos, sementes subterrâneas que se desenvolvem embaixo da terra através de flores modificadas e rizomas que se arrastam protegidos abaixo da superfície, mecanismos para garantir sua sobrevivência nas adversidades.
Seu lado PANC possui usos variados, mas atenção! Alguns estudos apontam altas concentrações de fitatos, oxalatos e saponinas, portanto é importante que as folhas sejam ingeridas refogadas ou escaldadas. O sabor remete ao ora-pro-nobis, mas de forma mais suave e com menos baba. Na panela, amaciam rapidamente e possuem um aroma delicioso. Depois de cozidas, podem virar bolinhos, fritadas, suflês, ingrediente para pães e tortas, utilizadas no preparo de refogados, ensopados, preparadas com arroz e no cozimento de omeletes. Já as flores podem ser consumidas “in natura” em saladas ou utilizadas para decorar pratos.
Seus benefícios incluem:
• Em forma de chá, na medicina popular, é usada para evitar retenção de líquidos, eliminar toxinas do organismo e na prevenção do envelhecimento precoce;
• Auxilia na melhora de cistites e inflamações do aparelho urinário;
• É rica em proteínas, fibras e sais minerais como cálcio, magnésio e zinco;
• Possui ação anti-inflamatória e antirreumática.
É uma planta muito rústica, mas que não tolera períodos muito secos. Adequada para a formação de maciços e renques junto a muros, sendo uma ótima opção para cobrir o solo em torno do tronco das árvores, como forração de meia-sombra. Também pode ser plantada em vasos e jardineiras. Podem ser cultivadas sob sol pleno ou meia-sombra, em solo fértil, leve e enriquecido com muita matéria orgânica, de preferência mantido úmido. Devido à sua grande capacidade de adaptação e multiplicação, pode se tornar uma planta invasiva. Multiplica-se por estaquia e por sementes.
Nome Científico:
Commelina sp
Nome Popular:
Trapoeraba, tracoeraba, trapoerava, olho-de-santa-luzia, andaca e santa-luzia
Partes utilizadas:
Talos, folhas e flores
Suco verde selvagem - Detox & Hidratante
Em um liquidificador, bata 3 xícaras (chá) de melão bem maduro (com casca e sementes) picado, suco fresco de 1 limão, 2 xícaras (chá) de trapoeraba só quebrada na mão (talos, folhas e flores se tiver) e 1 pepino pequeno. Coe numa peneira, se desejar. Refrescante, detox e muito nutritivo. Uma delíciaaaa!
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