Feijão-espada: o feijão gigante!
Hoje é o dia daquela PANC que causa comoção toda vez que a gente posta! Não é à toa! Trata-se do maior feijão do mundo, que impressiona pelo seu tamanho e também pela beleza e pela cor viva de seus grãos rosados. A PANC de hoje é o feijão-espada!
Esse feijão pertence à família Fabaceae, e seu nome científico é Canavalia gladiata. É natural da África e do Sul da Ásia, provavelmente foi domesticado na Ásia Oriental, e hoje é encontrado apenas em cultivo, amplamente distribuído na Ásia, na África e na América tropical.
O feijão-espada é uma planta trepadeira, que em condições ideais pode atingir até 10 metros. Sua folhas são compostas por três folíolos de formato ovalado, e as flores são geralmente lilases, arroxeadas ou brancas, reunidas em inflorescências. Seus frutos, que são do tipo vagem, variam entre 20 e 40cm, mas ocasionalmente impressionam e encantam chegando a muito mais que isso! Não somente as vagens são enormes, mas os feijões também! É uma planta muito fácil de cultivar. Prospera melhor em áreas quentes com temperaturas entre 20-30°C, mas é muito resistente a diversos climas, capaz de sobreviver em condições de seca, pois tem um sistema de raízes profundamente enraizado e tolerante até a geada. Vai bem desde o nível do mar até altitudes bem elevadas, e cresce bem em pleno sol e em sombra parcial. Tolera uma ampla gama de tipos de solo, e cresce até em solos pobres em nutrientes altamente lixiviados. Incrível, né?
Ok, mas vamos ao ponto que todos querem saber: como é que se come essa PANC???
Folhas novas, flores, vagens verdes tenras (bem novinhas mesmo) são comestíveis cruas ou cozidas, e sementes são comestíveis após o cozimento – bastante demolho, e cozimento. As folhas jovens e flores também podem ser cozidas no vapor! As vagens jovenzinhas são fatiadas e refogadas ou comidas cruas. Sabe quem tem uma receita deliciosa com essas vagens? A nossa querida Neide Rigo, dêem uma passadinha lá no blog dela, o “Come-se”. No Japão, as vagens são processadas em vários tipos de picles chamados “Fukujin-zuke”, “Nukazuke” e “Miso-zuke”. As sementes bem novas são comestíveis após o cozimento, mas sementes maduras precisam de vários molhos, trocando a água com frequência, e cozimento prolongado. As formas de preparo e de consumo podem ser muitas, mas de toda forma, é necessário esse processamento prévio. Em Java, por exemplo, elas são consumidas como condimento, mas para isso, as sementes, sem casca, são fervidas duas vezes, deixadas em água corrente por 2 dias e fermentadas por 3-4 dias e cozidas novamente.
Esses cuidados são necessários porque os feijões maduros possuem teores bem elevados de substâncias tóxicas como a canavanina, e anti-nutricionais como as lectinas. Por esse motivo, o feijão-espada não é super consumido… afinal, é bem trabalhoso, né? É mais fácil consumir as vagens, e cá entre nós, elas são até mais saborosas.
Mas ao mesmo tempo em que é potencialmente muito tóxico, o feijão-espada também é muito utilizado na medicina popular, principalmente na Coréia e no Japão. De A a Z, minha gente. Eles utilizam para o tratamento de acne, pé de atleta, diarréia, inflamação, inchaços, diarréia, gonorréia, furúnculos, asma, obesidade, dor de estômago, disenteria, tosse, dor de cabeça, hemorróida dermatite, e a lista vai longe. Agora, não me perguntem como eles preparam essas medicinas! A medicina científica também estuda as propriedades de substâncias extraídas do feijão-espada, e tem demonstrado potencial para o tratamento de várias doenças, inclusive o câncer.
E aí? Ficaram com vontade de experimentar o feijão-espada, ou deu preguiça só de pensar? Pergunta polêmica. Deixem seus comentários! 😉